segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Eu e Você


Esse foi meu ultimo post no antigo blog (ruben.trigo.zip.net)...

Foi uma viagem que tive dentro do ônibus indo ao trabalho...

É um poema meio cômico.. meu estilo de comedia... espero que gostem...

Em breve terá texto novo aqui.... aguardem


eu e você


Sei que te encontrei ontem,
Mas parece que faz 10 anos.

Só você mesmo
Para me deixar tão ansioso
Pelo nosso reencontro,
E isso tem conseqüências
Que meu corpo transmite.

Só a saudades de ti
Me deixa agitado,
Me deixa nervoso,
Me deixa angustiado e
Me deixa depressivo.

Porem quando te encontro
Minha excitação se eleva ao infinito,
Quase não consigo tocar-te
De tão tremulo que fico
Por causa do nervosismo.

Este nervosismo
Causado pela saudade
Eu não consigo controlar
Pelo contrario,
É ela que me controla

Mas sei que ao te encontrar,
Tudo fia mais fácil.

Quando meus lábios
Te encontram
E te tocam.
Toda essa ansiedade
Some, como mágica.

Só você mesmo
Para acalentar meu corpo
Só a tua essência
É capaz
De confortar meu intimo

Sei que nossos encontros
Tem que ser as escondidas
Pois não aceitam nossa união
Dizendo que nós somos ilegítimos
Que eu não mereço-te

Mal sabem eles que muita gente
Lutando para que nossos encontros
Não sejam mais escondidos
Para que nós possamos nos amar
Sem nos preocupar com legalismos

Vamos continuar
Com nossos encontros as escuras
Para que ninguém me separe te de ti
Por longos períodos

Pois acho que não sobreviverei sem ti
E tu não existe sem mim.

Sei que um dia viveremos unidos
E seguros por quem nos impede de viver juntos

Espero que um dia
Vivamos juntos
Eternamente,
Querida Cannabis sativa

No que cremos?


Neste feriadão de Tiradentes emendado com a páscoa de 2011 descobri que minha fé é muito diferente de 99,99% de muita gente que se diz ter a mesma crença que eu... e eu vou mais alem, tem muita gente que diz acreditar em certas coisas, porem não pensam com profundidade no que está baseado a vossa fé...

Um exemplo disto é a comparação de textos de um livro que para alguns é sagrado e para outros é apenas um livro de base para tirar lições de vida, lições de moral e experiências sobre determinados assuntos. Este livro que para mim é apenas um livro de base sobre lições e estórias de moral chamasse Bíblia.

Durante esse final de semana super prolongado, debati alguns assuntos com certas pessoas que me fizeram perceber que eu não me enquadro onde estou, no mundo evangélico, protestante. Pois a fé deles (dos evangélicos, protestantes e ate mesmo dos católicos) é diferente da minha. Eles acreditam que um Deus Pai amoroso,  misericordioso e Poderoso é capaz de sacrificar um filho para conseguir atingir um objetivo inicial de sua criação.

Eles aceitam a idéia de Deus mandar seu filho unigênito para poder salvar toda uma criação que toma as próprias decisões, decisões esta que Ele próprio deu o poder dos humanos a tomarem. Porem repudiam a idéia de que um pai chamado Abraão ( que seria o pai da fé desses cristãos) poderia ter sacrificado seu filho Isaac somente em obediência a esse mesmo Deus que sacrificou seu Filho. Qual a diferença entre esses dois pais?

Outro exemplo é um texto que está em uma parte da Bíblia que muitos dizem ser a parte que está baseada a fé deles, o Novo Testamento, que é a fé de um tempo da graça.

Esse texto descreve a punição de um casal, Ananias e Safira, que desobedeceram a uma regra da igreja e por punição, tiveram a morte. Mas se seu Deus é um Deus de Amor, Misericordioso e tem a graça como julgamento, por que diabos eles os matou?

A fé cristã é muito contraditória! Pois ao mesmo tempo em que eles criticam e repudiam alguns textos e atos da Bíblia principalmente descritos no Antigo Testamento, tem sua relação direta no Novo Testamento, o qual levam mais a serio, por ser onde a vida de Jesus Cristo estar retratada.

E existem textos que se ligam, porem são contraditórios e outros que contradizem outros textos... Isso só demonstra que a fé Cristã é baseada na contradição.

Hoje eu não consigo me ver dentro desta mesma fé, porem não consigo me ver fora deste circulo de Cristãos-Evangelicos onde a maior parte dos meus amigos se encontra. E onde eu começo a descobrir a minha verdadeira fé.

Um certo dia ouvi uma frase (não me lembro quem a falou nem o seu autor, mas o importante é a frase) “Fé não é ter a certeza cientifica ou racional de algo, e sim utilizar a razão com as duvidas que temos. Fé é igual a duvidas e crença é igual a certezas.”

Eu não sei se Jesus Cristo existiu ou não, não sei se realmente Existe um Deus. Porem creio que a Pessoa que a Bíblia retrata como Cristo (sendo alguém que existiu ou não) é um exemplo de como eu devo viver e me importar com meu proximo. E sei também que eu fazendo algumas orações/preces para um Deus chamado Javé me sinto confortado e pronto para semprte tentar de formas diferentes a ser um imitador deste Cristo.

Não tenho respostas para ninguém, nem mesmo para mim, e a cada dia, tenho mias duvidas. Porem, sinto que minha fé aumenta a cada dia.

Eu não busco respostas para minhas duvidas e sim respostas para como ser um Cristo para o mundo em que eu vivo



Ditadura x Ditadura: a crise no mundo árabe

Falar em ditadura política para um ocidental é escândalo. Nenhum de nós, em pleno juízo, é favorável a tal absurdo. Ainda bem. Significa que aprendemos uma lição com a história. Quem dera se sempre fossemos capaz de tamanha façanha...

Acontece que, apesar da rejeição da ditadura política, o mundo ocidental ainda não desenvolveu uma consciência crítica em relação à ditadura econômica. Porque é exatamente isso que os países ricos do ocidente se tornaram: ditadores econômicos.

É o que denuncia o ataque ocidental contra a Líbia. Enganam-se os que acreditam num motivo político para essa guerra. Afinal, ela tem dois graves problemas, que podem ser percebidos por qualquer leigo: 1. Não há um comando; 2. Não há um objetivo.

Quem está no comando dos ataques contra a Líbia? Ninguém. Em tese, a OTAN. Contudo, ela é uma coalizão entre diversos países. Ou seja, ninguém está, efetivamente, no comando. Qual é o objetivo do ataque? Ninguém sabe, e não temos nem a quem questionar, afinal, ninguém está no comando, oras.

A democracia defende que soberania é a vontade do povo. Então, quem legitimou o ataque contra a Líbia? O povo líbio? Quem os consultou? Não está claro o que a maioria dos líbios quer. O que sabemos é que há uma oposição, mas não o tamanho dela. É necessário mais tempo para entendê-la. Mas a OTAN, a ONU e os EUA consideram que devem intervir. Ou seja, a vontade soberana é a deles, não a do povo. Grave falta contra a democracia.

O real motivo destes ataques são os mais de 40 bilhões de barris de petróleo estocados na Líbia – que são o décimo segundo exportador de petróleo do mundo. É isso que interessa à soberania internacional democrática ocidental capitalista cristã. O motivo é econômico. O que pretendem os ocidentais é fragilizar Kadafi para implementar uma sociedade de mercado capitalista que favoreça os negócios norte-americanos e ocidentais. E eles o fazem com uso da força militar. Afinal, são os mais fortes - isso sim é que é soberania na prática. 

Mais uma vez o mundo ocidental está colonizando. Mas agora não é politicamente, e sim economicamente. A ditadura se chama capitalismo.

Interessante que ninguém do ocidente está mexendo contra a Síria nem contra Bremen (onde a situação é caótica do ponto de vista das leis internacionais de guerra). Por que será? O motivo é bastante simples: bater no mais fraco (Líbia) é fácil, mas disputar com quem tem a mesma força é diferente. A Síria tem uma forte e moderna Forças Armadas, além de ser parceira do Irã, que possui bomba atômica. Para deixar a situação mais tensa, a Síria possui armas químicas e já mandou avisar que vai usá-las se for preciso. E o Bremen está sendo alimentado militarmente e ilegalmente pela Arábia Saudita, quem tem negócios com os EUA, inclusive, para armar os líbios rebeldes. Então o jeito é atacar Kadafi mesmo.

O que nos ensina a força internacional é que sua vontade e interesses é a “Soberania”, não o princípio democrático do povo - que defendem apenas quando interessa. E isso precisa ser motivo de reflexão crítica.

Longe de mim defender a ditadura política do mundo árabe. Sou contra. Fico felicíssimo com o clima de libertação que está se impregnando nos países mulçumanos, vejo nesse episódio motivo de esperança. A questão é que sou contra todo o tipo de ditadura, inclusive a econômica, que está sendo praticada arbitrariamente pelo ocidente. O povo líbio deve chegar a autonomia política pelo mesmo caminho que o povo egípcio: pela vontade soberana do povo, não do ocidente.

Os efeitos dessa ditadura certamente chegarão a nós, brasileiros. É apenas questão de tempo. Não se esqueça, temos parte da Amazônia e o pré-sal. Vale lembrar que, em reunião da OTAN há poucos anos atrás, o ministro da defesa Nelson Jobim precisou discursar veementemente contra a ocupação internacional na Amazônia brasileira. A ocupação da Amazônia pela OTAN foi a votação, e perdeu por pouquíssima diferença. Mas é questão de tempo para uma nova votação vitoriosa.

Quando tentarem nos invadir, valerá qual soberania? A do povo brasileiro e do estado nacional ou da decisão do mais forte militarmente? O que estamos testemunhando na Líbia não é ao nosso favor. Afinal, somos um país de terceiro mundo sem capacidade de administrar nossos recursos naturais (e financeiros) de interesse internacional.

Seja como for, na guerra entre ditadura política versus ditadura econômica, quem perde somos nós e a democracia.

Lucas Lujan

dia da poesia - 14/Março

Esta foi uma postagem que eu fiz em homenagem ao dia da poesia..
É um poema reflexivo, e espero que ele faça vocês pensarem um pouco mais com o tema com que tentei transmitir...

AMOR CONSTRANGEDOR

No momento em que te vi
Pela primeira vez,
Senti algo estranhamente novo.

Algo que me fez para e refletir
Quem eras tu?
Por que me fizeste sentir tais coisas?
Como poderia expressar essas emoções para ti.

Ver teus lindos olhos,
Claros como rios,
Suplicando uma companhia,

Teu sorriso incompleto,
Que me transformou no primeiro instante
Em que tu me sorriste,
Por um ao tão simples e constrangedor.

Neste dia em que te vi,
Em uma praça no centro de alguma metrópole,
Abraçando os joelhos, tentando se esquivar do frio.

Seus pequenos e tão frágeis braços,
Sendo utilizados como aquecedor
Para que não tivesse uma hipotermia
E não sucumbisse ao fático e hostil mundo

Este mundo que te deixou onde está
Sendo indiferente com sua dor e sofrimento
Fingindo que tu não existisses

Só espero que um dia,
Como tu fizeste comigo,
O mundo também pare de ser indiferente
E comece a amar a você e seus “irmãos”

Pois no dia em que te vi,
Caro amigo morador de rua,
Senti-me responsável por ti.

Espero que na próxima vez em que eu te veja
Em qualquer outra metrópole ou cidadela,
Não fique só no olhar,
Como agi no nosso ultimo encontro

Espero que me sinta tão constrangido
Para que eu possa te ajudar de alguma forma
Mesmo que seja com uma franca conversa

Pois sei que uma coisa que vocês também necessitam,
São amigos fora de vosso mundo.

Revoluções

Nos últimos dias temos visto vários ditadores caindo e o povo vencendo a opressão e indo em busca de seus direitos. Isso demonstra que esses povos cansaram de serem oprimidos e das desigualdades e foram em busca da liberdade, verdade e direitos básicos (no caso do Egito foi a busca de direitos eleitorais, políticos e de liberdade de expressão e cultura).

Sempre que vejo essas revoluções no mundo a fora acontecer (independente do  sucesso ou derrota do povo) me lembro das histórias que estudei no colégio sobre o tempo da Ditadura Militar em nosso país. Foi uma época de grande represália do Governo Militar utilizando-se da violência (tortura) e censura, para que o povo o “respeitasse”.

Hoje, muitas pessoas tem reclamado da situação de desigualdade e da corrupção em nosso país, porem simplesmente falam e nada fazem. Alguns ate dão idéias de novas revoluções, porem eu creio que essas pessoas querem lutar por direito que elas serão beneficiadas e não a nossa nação. Falam de manifestações tecnológicas ou de embargos aos produtos com altos preços no nosso comercio e que lá fora são baratos...

Fazer isso não mudar a situação de indiferença dos nossos políticos com o povo brasileiro, fato disso é a infâmia declaração de um deputado brasileiro q reclama que o “humilde” salário de R$15.000,00 (isso mesmo, Quinze Mil Reais) não dá para um brasileiro sobreviver. Será que ele já andou nas periferias da própria Brasília – DF e perguntou ao moradores a media de renda familiar? Será que ele conseguiria sobreviver como um deputado na suíça (morando em uma kitchenette e com um salário mínimo, ao invés de ter uma casa sem custo (sem aluguel, conta de luz, água e telefonia), auxilio moradia e uma outra renca de benefícios)?

Os brasileiros estão acomodados e conformados e isso só tem despertado o olhar deles para o consumo, querem a igualdade de consumo e não de direitos. Parecem que não se importam com a qualidade da educação que seus filhos receberão, ou da segurança que poderão ter, ou uma saúde precária e cara que os cuidará....

Temos que parar de nos hipnotizar por propagandas mercantis que nos levem ao consumismo e começar a propagar uma revolução em luta de igualdade de uma vida social digna e não de um consumismo desenfreado. Pois se lutarmos por igualdade de consumo, estaremos caminhando cada vez mais a dentro na estrada da individualidade e de uma vida sem nos preocuparmos com o futuro...
Concluo fazendo uma pergunta a vocês. Vocês preferem um mundo onde todos tenham carros, celulares, roupas de marcas ou um mundo onde todos tenham um teto para dormir, uma educação digna e que produza políticos honestos e que se preocupem com o bem de todos?

Natal, uma data de que?

O dia 25 de Dezembro sempre representou algo muito importante para minha vida. É a data em que me reúno com toda a minha família, tios, tias, primos, avós, irmã e pais. É a data em que sinto mais união no mundo, todos evitam brigas, discussões e tentam ser mais honestos do que no decorrer do ano. Sendo eu cristão, a data representou algo a mais também, uma homenagem ao nascimento e a vida de Cristo.
Porem, de certo tempo para cá, tem me acontecido certas coisas que me fizeram refletir muito sobre essa homenagem a um verdadeiro ser humano q se importou com o próximo e muito pouco consigo mesmo. Jesus lutou contra desigualdade, opressão e miséria. Ele sempre este com seus verdadeiros amigos, os quais se importavam e faziam o que Jesus pregava e praticava.
Hoje em dia, a comunidade mundial capitalista se importa muita mais em consumir para satisfação própria e demonstrar ao próximo q ele pode consumir mais que um pai de família com cinco filhos que ganha meio salário mínimo. Creio que essa pessoa não é um cristão verdadeiro, pois se fosse m cristão, ele não gastaria milhares de reais para “comemorar” o nascimento de Cristo com alguns familiares, sabendo que a poucos metros de onde ele está Homenageando o seu messias tem, pelo menos, três famílias passando necessidades, ou ate mesmo fome.
Outra coisa que tem me deixado indignado com essa tal homenagem que temos feito (isso, eu me incluo nesse parágrafo), é que durante o ano inteiro passamos longe de pessoas com o verdadeiro sentimento de magoa ou descontentamento com elas e na data de 24/25 de Dezembro, demonstramos para o mundo que realmente nos importamos com essas pessoas que pouco falamos e nos importamos durante m ano inteiro. Demonstramos que somos fraternais apenas um dia por ano. Pura hipocrisia.
Creio que um verdadeiro Cristão, quem segue e pratica a palavra e ações de Jesus Cristo (pelo menos tenta), passaria essa data com as pessoas das quais representaram algo bom, que deram um sentido, que tem valor na vida dele. Não se importaria com banquetes e presentes, e sim com o se próximo. E nesta data em que damos tanta importância, passaríamos com as pessoas que realmente representaram algo durante o ano que esta se findando.
Caros cristãos vamos rever nossos conceitos de “o que é se importar e amar o próximo”. Pois não estamos fazendo nem 0,0000001% do que deveríamos fazer. Vamos deixar de ser hipócritas e agir igualmente durante 365 dias do ano, e não ser um bom ser humano apenas quando nos convém.

Conquiste sua atitude

As palavras mais correntes em nossos dias são “vitória”, “sucesso” e “conquista”. Todos devem ser vitoriosos, bem sucedidos e conquistadores. A interpretação dessas palavras se dá à luz da economia, ou seja, “vitória”, “sucesso” e “conquista” são o mesmo que prosperidade financeira. Os vitoriosos são os que enriquecem, e por isso mesmo são bem sucedidos e conquistadores. É assim porque vivemos numa sociedade movida por interesses de mercado.

Rubem Alves diz que as palavras são como bolso – colocamos dentro delas o que quisermos. Por isso, uma mesma palavra pode ter conteúdos diferentes para nós. No seu bolso escrito “Deus” talvez não haja o mesmo conteúdo que no meu bolso escrito “Deus”.

Por vivermos numa sociedade movida por interesses de mercado - ou seja, lucro - os nossos bolsos quase sempre têm conteúdos que respondem a esses interesses. Em outras palavras, a economia submete nossos interesses e disposição. É ela quem dita o que devemos desejar, ser e pensar. Para evidenciar isso, basta percebermos como o bolso escrito “dignidade” tem como conteúdo “poder de consumo”. Ou seja, nem todos são igualmente dignos, somente aqueles que tem poder de consumo. Vivemos numa sociedade que não pensa mais em “cidadãos”, mas em “consumidores”. Quem não consome, não serve. Não serve no sentido mais literal do termo: pode ser descartado. Assim, não importa que milhões de pessoas morram de fome, afinal, não são consumidores, portanto, não tem dignidade e não merecem viver.

Por isso, acredito que não vivemos numa modernidade secularizada, mas idólatra. Adoramos o mercado. Para o progresso econômico, não importa que pessoas sejam sacrificadas. O mercado exige sacrifícios humanos. O que importa não é o bem-estar humano, mas o bem-estar do mercado. Para exemplificar isso, investigue quantos bilhões de dólares foram investidos para salvar os bancos norte-americanos, ou então, quantos trilhões de dólares foram investidos na guerra pelo petróleo, e quantos dólares são investidos para a erradicação da fome no mundo. O que importa para o mercado capitalista não é a erradicação da fome, mas o lucro.

Pense em quanto tempo você trabalha e qual é o seu salário. É justo? Claro que não. Você trabalha muito mais do que ganha. A diferença do seu trabalho para o seu salário é o lucro do seu patrão. Nesse sentido, estamos todos alienados. É só o lucro que importa não a sua dignidade.

Assim sendo, devemos repensar quais são os interesses que nos motivam. Estamos submetidos a quais valores? Precisamos mudar o conteúdo dos nossos bolsos “vitória”, “sucesso” e “conquista”, se quisermos caminhar para uma sociedade mais justa, mais solidária, mais igualitária e mais pacífica. Não é a economia de mercado que deve dizer o que é a dignidade humana, o que ela deve fazer é funcionar pela dignidade humana. Em outras palavras, a dignidade humana não deve estar a serviço do mercado, mas o mercado a serviço da dignidade humana. Temos que mudar o centro da discussão. Se o mercado, da forma que opera hoje, tiver que ser sacrificado para a construção de uma sociedade assim, que seja. Antes ele do que seres humanos.

Devemos submeter nossa interpretação da realidade não a interesses individuais, egoístas e mesquinhos, mas ao bem-estar coletivo. Afinal, não há sociedade sem coletividade. Ninguém vive sozinho, precisamos uns dos outros para existir. Não há “existência”, mas “coexistência”: uns com os outros, e todos com a Terra. O eixo da nossa ética deve habitar fora de nós, em nosso próximo. Essa foi a proposta de Jesus, e por isso o pregaram numa cruz. Talvez sejamos pregados também, mas antes isso que se conformar com a marginalização e opressão sistemática que alcança dois terços da população mundial.

Quando passamos a interpretar a realidade à luz da ética do “próximo”, ao invés de interpretá-la à luz de uma economia egoísta, que só aponta para o nosso próprio umbigo, não conseguiremos mais colocar no bolso escrito “progresso” uma noção de melhora pessoal, mas apenas de melhora coletiva.

Nunca houve tanta produção de alimentos no mundo, por causa do progresso tecnológico. Por outro lado, nunca houve tanta fome. Isso é um progresso? A resposta dependerá de qual a sua interpretação ética da realidade. Se ela estiver submetida aos interesses de mercado, você responderá que sim. Mas se estiver submetida ao próximo, você dirá que não. Dirá que progresso é repartir o pão.

Então “vitória”, “sucesso” e “conquista” terão outros conteúdos em seus bolsos. Já não estarão mais interessadas em prosperar, mas em repartir. Vitorioso é quem aprendeu a amar o próximo. Tem sucesso que não se deixou mover apenas por interesses pessoais e pelo egoísmo, mas pelo bem-estar coletivo. O que há de mais importante para conquistarmos é a nossa atitude diante de uma realidade socioeconômica que gera sistematicamente pobreza. Quando conquistarmos ela, talvez comecemos a transformar o mundo.

É certo que há esperança, pois não há nada pronto: nem nós, nem o futuro.

Lucas Lujan