Falar em ditadura política para um ocidental é escândalo. Nenhum de nós, em pleno juízo, é favorável a tal absurdo. Ainda bem. Significa que aprendemos uma lição com a história. Quem dera se sempre fossemos capaz de tamanha façanha...
Acontece que, apesar da rejeição da ditadura política, o mundo ocidental ainda não desenvolveu uma consciência crítica em relação à ditadura econômica. Porque é exatamente isso que os países ricos do ocidente se tornaram: ditadores econômicos.
É o que denuncia o ataque ocidental contra a Líbia. Enganam-se os que acreditam num motivo político para essa guerra. Afinal, ela tem dois graves problemas, que podem ser percebidos por qualquer leigo: 1. Não há um comando; 2. Não há um objetivo.
Quem está no comando dos ataques contra a Líbia? Ninguém. Em tese, a OTAN. Contudo, ela é uma coalizão entre diversos países. Ou seja, ninguém está, efetivamente, no comando. Qual é o objetivo do ataque? Ninguém sabe, e não temos nem a quem questionar, afinal, ninguém está no comando, oras.
A democracia defende que soberania é a vontade do povo. Então, quem legitimou o ataque contra a Líbia? O povo líbio? Quem os consultou? Não está claro o que a maioria dos líbios quer. O que sabemos é que há uma oposição, mas não o tamanho dela. É necessário mais tempo para entendê-la. Mas a OTAN, a ONU e os EUA consideram que devem intervir. Ou seja, a vontade soberana é a deles, não a do povo. Grave falta contra a democracia.
O real motivo destes ataques são os mais de 40 bilhões de barris de petróleo estocados na Líbia – que são o décimo segundo exportador de petróleo do mundo. É isso que interessa à soberania internacional democrática ocidental capitalista cristã. O motivo é econômico. O que pretendem os ocidentais é fragilizar Kadafi para implementar uma sociedade de mercado capitalista que favoreça os negócios norte-americanos e ocidentais. E eles o fazem com uso da força militar. Afinal, são os mais fortes - isso sim é que é soberania na prática.
Mais uma vez o mundo ocidental está colonizando. Mas agora não é politicamente, e sim economicamente. A ditadura se chama capitalismo.
Interessante que ninguém do ocidente está mexendo contra a Síria nem contra Bremen (onde a situação é caótica do ponto de vista das leis internacionais de guerra). Por que será? O motivo é bastante simples: bater no mais fraco (Líbia) é fácil, mas disputar com quem tem a mesma força é diferente. A Síria tem uma forte e moderna Forças Armadas, além de ser parceira do Irã, que possui bomba atômica. Para deixar a situação mais tensa, a Síria possui armas químicas e já mandou avisar que vai usá-las se for preciso. E o Bremen está sendo alimentado militarmente e ilegalmente pela Arábia Saudita, quem tem negócios com os EUA, inclusive, para armar os líbios rebeldes. Então o jeito é atacar Kadafi mesmo.
O que nos ensina a força internacional é que sua vontade e interesses é a “Soberania”, não o princípio democrático do povo - que defendem apenas quando interessa. E isso precisa ser motivo de reflexão crítica.
Longe de mim defender a ditadura política do mundo árabe. Sou contra. Fico felicíssimo com o clima de libertação que está se impregnando nos países mulçumanos, vejo nesse episódio motivo de esperança. A questão é que sou contra todo o tipo de ditadura, inclusive a econômica, que está sendo praticada arbitrariamente pelo ocidente. O povo líbio deve chegar a autonomia política pelo mesmo caminho que o povo egípcio: pela vontade soberana do povo, não do ocidente.
Os efeitos dessa ditadura certamente chegarão a nós, brasileiros. É apenas questão de tempo. Não se esqueça, temos parte da Amazônia e o pré-sal. Vale lembrar que, em reunião da OTAN há poucos anos atrás, o ministro da defesa Nelson Jobim precisou discursar veementemente contra a ocupação internacional na Amazônia brasileira. A ocupação da Amazônia pela OTAN foi a votação, e perdeu por pouquíssima diferença. Mas é questão de tempo para uma nova votação vitoriosa.
Quando tentarem nos invadir, valerá qual soberania? A do povo brasileiro e do estado nacional ou da decisão do mais forte militarmente? O que estamos testemunhando na Líbia não é ao nosso favor. Afinal, somos um país de terceiro mundo sem capacidade de administrar nossos recursos naturais (e financeiros) de interesse internacional.
Seja como for, na guerra entre ditadura política versus ditadura econômica, quem perde somos nós e a democracia.
Lucas Lujan
Acontece que, apesar da rejeição da ditadura política, o mundo ocidental ainda não desenvolveu uma consciência crítica em relação à ditadura econômica. Porque é exatamente isso que os países ricos do ocidente se tornaram: ditadores econômicos.
É o que denuncia o ataque ocidental contra a Líbia. Enganam-se os que acreditam num motivo político para essa guerra. Afinal, ela tem dois graves problemas, que podem ser percebidos por qualquer leigo: 1. Não há um comando; 2. Não há um objetivo.
Quem está no comando dos ataques contra a Líbia? Ninguém. Em tese, a OTAN. Contudo, ela é uma coalizão entre diversos países. Ou seja, ninguém está, efetivamente, no comando. Qual é o objetivo do ataque? Ninguém sabe, e não temos nem a quem questionar, afinal, ninguém está no comando, oras.
A democracia defende que soberania é a vontade do povo. Então, quem legitimou o ataque contra a Líbia? O povo líbio? Quem os consultou? Não está claro o que a maioria dos líbios quer. O que sabemos é que há uma oposição, mas não o tamanho dela. É necessário mais tempo para entendê-la. Mas a OTAN, a ONU e os EUA consideram que devem intervir. Ou seja, a vontade soberana é a deles, não a do povo. Grave falta contra a democracia.
O real motivo destes ataques são os mais de 40 bilhões de barris de petróleo estocados na Líbia – que são o décimo segundo exportador de petróleo do mundo. É isso que interessa à soberania internacional democrática ocidental capitalista cristã. O motivo é econômico. O que pretendem os ocidentais é fragilizar Kadafi para implementar uma sociedade de mercado capitalista que favoreça os negócios norte-americanos e ocidentais. E eles o fazem com uso da força militar. Afinal, são os mais fortes - isso sim é que é soberania na prática.
Mais uma vez o mundo ocidental está colonizando. Mas agora não é politicamente, e sim economicamente. A ditadura se chama capitalismo.
Interessante que ninguém do ocidente está mexendo contra a Síria nem contra Bremen (onde a situação é caótica do ponto de vista das leis internacionais de guerra). Por que será? O motivo é bastante simples: bater no mais fraco (Líbia) é fácil, mas disputar com quem tem a mesma força é diferente. A Síria tem uma forte e moderna Forças Armadas, além de ser parceira do Irã, que possui bomba atômica. Para deixar a situação mais tensa, a Síria possui armas químicas e já mandou avisar que vai usá-las se for preciso. E o Bremen está sendo alimentado militarmente e ilegalmente pela Arábia Saudita, quem tem negócios com os EUA, inclusive, para armar os líbios rebeldes. Então o jeito é atacar Kadafi mesmo.
O que nos ensina a força internacional é que sua vontade e interesses é a “Soberania”, não o princípio democrático do povo - que defendem apenas quando interessa. E isso precisa ser motivo de reflexão crítica.
Longe de mim defender a ditadura política do mundo árabe. Sou contra. Fico felicíssimo com o clima de libertação que está se impregnando nos países mulçumanos, vejo nesse episódio motivo de esperança. A questão é que sou contra todo o tipo de ditadura, inclusive a econômica, que está sendo praticada arbitrariamente pelo ocidente. O povo líbio deve chegar a autonomia política pelo mesmo caminho que o povo egípcio: pela vontade soberana do povo, não do ocidente.
Os efeitos dessa ditadura certamente chegarão a nós, brasileiros. É apenas questão de tempo. Não se esqueça, temos parte da Amazônia e o pré-sal. Vale lembrar que, em reunião da OTAN há poucos anos atrás, o ministro da defesa Nelson Jobim precisou discursar veementemente contra a ocupação internacional na Amazônia brasileira. A ocupação da Amazônia pela OTAN foi a votação, e perdeu por pouquíssima diferença. Mas é questão de tempo para uma nova votação vitoriosa.
Quando tentarem nos invadir, valerá qual soberania? A do povo brasileiro e do estado nacional ou da decisão do mais forte militarmente? O que estamos testemunhando na Líbia não é ao nosso favor. Afinal, somos um país de terceiro mundo sem capacidade de administrar nossos recursos naturais (e financeiros) de interesse internacional.
Seja como for, na guerra entre ditadura política versus ditadura econômica, quem perde somos nós e a democracia.
Lucas Lujan
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